Execução Fiscal: O Guia para Defesa de Pessoas e Empresas

Como se Defender e Proteger seu Patrimônio - fece2

Sua empresa ou você foi alvo de uma Execução Fiscal? Este guia, elaborado por advogados tributaristas, detalha as estratégias de defesa mais eficazes para anular ou reduzir dívidas fiscais. Entenda o que é a nulidade da CDA, a prescrição intercorrente e como proteger seu patrimônio da penhora.

Execução Fiscal: Um Jogo de Xadrez Estratégico Contra o Fisco

Para o empresário ou cidadão comum, receber uma citação de Execução Fiscal soa como um alarme de incêndio. A notificação oficial, o prazo exíguo para pagamento e a ameaça iminente de penhora de contas e bens geram uma sensação de urgência e, muitas vezes, de impotência. A percepção é que o Governo, com seu poder avassalador, está prestes a tomar o que foi construído com anos de trabalho.

Embora a situação exija máxima seriedade, ela está longe de ser um caminho de mão única. Na realidade, a Execução Fiscal é um campo jurídico técnico, um verdadeiro jogo de xadrez onde cada movimento conta. O Fisco (seja ele Federal, Estadual ou Municipal) possui um poderoso arsenal de cobrança, mas o contribuinte, assessorado por um advogado tributarista, detém um conjunto igualmente poderoso de ferramentas de defesa.

O grande erro é enxergar o processo como uma simples conta a ser paga. É preciso entendê-lo como um procedimento legal repleto de requisitos e formalidades. E é justamente nas falhas e brechas desses requisitos que reside a oportunidade de virar o jogo, questionar a legalidade da cobrança e, em muitos casos, extinguir completamente a dívida.

Este guia foi elaborado pela nossa equipe de especialistas para desmistificar a Execução Fiscal. Vamos detalhar, sob a ótica do direito tributário, como funciona o processo, quais são as defesas técnicas mais eficientes e por que a atuação de uma advocacia especializada é o fator determinante entre a perda patrimonial e a vitória estratégica.

Entendendo a Arma do Fisco: A Certidão de Dívida Ativa (CDA)

Para entender a defesa, primeiro é preciso conhecer o ataque. A Execução Fiscal não começa do nada. Ela é o resultado final de um processo administrativo onde o governo apurou um débito tributário (Imposto de Renda, ICMS, PIS/COFINS, IPTU, etc.) ou não tributário (multas ambientais, por exemplo) e não recebeu o pagamento.

Após os prazos administrativos, o Fisco inscreve esse valor na chamada Dívida Ativa. A partir daí, ele emite o documento que fundamenta toda a cobrança judicial: a Certidão de Dívida Ativa (CDA).

Por força de lei (Código Tributário Nacional e Lei de Execuções Fiscais), a CDA possui uma característica especial: a presunção de certeza e liquidez. Em termos simples, isso significa que, para a Justiça, a dívida descrita na CDA é considerada verdadeira e válida até que o devedor prove o contrário. O Fisco não precisa provar que você deve; você é quem precisa provar que a cobrança é indevida.

É por isso que o processo é tão rápido e agressivo. Com a CDA em mãos, o procurador do Fisco simplesmente protocola a ação e o juiz determina a citação para pagamento em 5 dias.

O Roteiro da Cobrança: O Que Acontece Após a Citação?

A citação é o ato que oficializa sua inclusão no processo. A partir desse momento, o cronômetro começa a correr e o patrimônio do devedor entra no radar do Judiciário. Se o pagamento não for feito no prazo legal, o próximo passo é a constrição de bens para garantir a dívida.

O Judiciário moderno dispõe de um arsenal tecnológico para isso:

  1. SISBAJUD: Este sistema interliga o Poder Judiciário ao Banco Central. Com um único comando, o juiz pode rastrear e bloquear eletronicamente o valor da dívida em todas as contas bancárias e investimentos do executado (pessoa física ou jurídica). É a ferramenta mais temida pela sua eficácia e rapidez.

  2. RENAJUD: Conectado ao sistema do DETRAN, permite a inclusão de restrições sobre veículos, impedindo sua venda e licenciamento. Em etapas seguintes, pode levar à ordem de penhora e remoção do veículo.

  3. CNIB (Central Nacional de Indisponibilidade de Bens): Um sistema que comunica juízes e cartórios de registro de imóveis. Com ele, o juiz pode decretar a indisponibilidade de todos os imóveis do devedor em território nacional, que ficam “travados” até o final da execução.

Ignorar a citação é permitir que esse arsenal seja usado contra você sem qualquer contestação.

O Arsenal da Defesa: Estratégias Avançadas do Advogado Tributarista

Aqui o jogo começa a virar. Um advogado especialista não se intimida com a CDA; ele a disseca. A defesa técnica vai muito além de uma simples negociação e se concentra em questionar a validade do próprio título que originou a cobrança.

1. Nulidade da CDA: Desmontando a Cobrança na Origem

A “presunção de certeza” da CDA não é absoluta. A lei exige que ela contenha uma série de informações obrigatórias para ser válida, como a origem e natureza da dívida, o fundamento legal específico, a forma de cálculo dos juros e correção monetária, entre outros.

A ausência ou o erro em qualquer um desses requisitos torna a CDA nula, o que extingue a Execução Fiscal. É um trabalho minucioso de análise, onde o tributarista busca por vícios como:

  • Cálculo de juros em desacordo com a lei;

  • Multa com caráter de confisco (valores abusivos);

  • Falta de notificação no processo administrativo que originou a dívida;

  • Incerteza quanto ao devedor (cobrança de sócio que já se retirou da empresa, por exemplo).

Essa nulidade pode ser alegada tanto na Exceção de Pré-Executividade (uma defesa mais simples e rápida para erros óbvios) quanto nos Embargos à Execução Fiscal (uma ação de defesa completa, que exige garantia do juízo, mas permite uma discussão aprofundada e produção de provas).

2. Prescrição: O Tempo Como Aliado do Contribuinte

O direito não socorre aos que dormem, e isso vale também para o Fisco. A prescrição é a perda do direito de cobrança pelo decurso do tempo. É uma das teses de defesa mais eficazes e comuns. Existem dois momentos cruciais para sua análise:

  • Prescrição Ordinária: O Fisco tem o prazo de 5 anos para ajuizar a Execução Fiscal após a constituição definitiva do crédito. Se demorar mais do que isso, perde o direito de cobrar judicialmente.

  • Prescrição Intercorrente: Esta é uma joia para o advogado atento. Ela ocorre dentro do processo. Se a Execução Fiscal ficar parada por mais de 5 anos por inércia ou omissão do Fisco (por exemplo, ele não consegue encontrar bens e “abandona” o caso), a dívida pode ser declarada prescrita. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já firmou teses claras sobre o tema (Tema Repetitivo 566), estabelecendo as regras para sua contagem, o que dá enorme segurança para o devedor alegá-la.

Por Que a Atuação de um Escritório Tributário é Crucial?

Enfrentar uma Execução Fiscal com um advogado generalista é como levar um médico clínico geral para uma cirurgia cardíaca. Ele tem conhecimento, mas não a profundidade técnica e a experiência prática que a situação exige.

A advocacia tributária especializada é um pilar fundamental em estruturas jurídicas completas, como o escritório Ficht Advocacia (www.fichtadvocacia.com.br), pois se dedica exclusivamente à complexa e dinâmica seara do direito fiscal. Essa especialização se traduz em benefícios diretos:

  • Visão Estratégica: O tributarista enxerga o processo não como uma dívida, mas como um campo de batalha legal, antecipando os movimentos do Fisco e preparando a melhor defesa.

  • Conhecimento Profundo da Legislação e Jurisprudência: Ele está constantemente atualizado sobre as decisões dos tribunais superiores (STJ e STF) que podem ser aplicadas para anular ou reduzir a cobrança.

  • Foco na Proteção Patrimonial: Sabe utilizar os instrumentos corretos para proteger o bem de família, ferramentas de trabalho e argumentar contra penhoras excessivas ou sobre faturamento que inviabilizem a operação da empresa.

Conclusão: Transforme um Problema em uma Oportunidade Estratégica

Uma Execução Fiscal não precisa ser o fim do caminho. Com a orientação correta, ela pode se tornar uma oportunidade para regularizar sua situação fiscal de forma justa, questionando cobranças indevidas e pagando apenas o que é legalmente correto.

A passividade é o maior inimigo do devedor. A proatividade, representada pela contratação de uma assessoria jurídica especializada no momento certo, é o que define o resultado. Ao receber uma citação, não hesite. Cada dia conta, e a estratégia correta, aplicada desde o início, é o que garante a defesa do seu patrimônio e a sua tranquilidade

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